segunda-feira, 26 de agosto de 2013

MANIFESTAÇÕES



Lamentavelmente o entusiasmo arrefeceu, o justo clamor emudeceu e o gigante novamente adormeceu.

Mudanças significativas, nenhuma.

Os médicos cubanos aí estão. Vieram e virão juntos, médicos portugueses, espanhóis e de outras nacionalidades em menor quantidade com o objetivo de nos fazer crer que o interesse maior não está em trazer cubanos, profissionais oriundos de uma pátria comunista, retrógrada e ainda com resquícios de trabalho escravo, aja vista a forma que pelo menos inicialmente o Brasil pagaria o trabalho destes profissionais.

Nosso governo nos quer fazer crer que não são simplesmente médicos, são mágicos que conseguirão exercer a medicina, com resultados curadores, sem medicamentos, sem equipamentos, sem apetrechos, sem instalações adequadas, enfim quer uma vez mais mascarar uma situação de caos, com milhões de reais gastos com salários e ajudas de custo, que a nenhum efetivo resultado levarão.

Recentemente saí à procura de socorro para uma jovem com um corte na mão, sangrando bastante e após passar por vários postos de saúde, encontrei em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), após quase duas horas de espera em uma sala lotada, sem um mínimo de conforto, atendimento precário, sem nenhum medicamento, fizeram tão somente um curativo simples. Antitetânica não tinha, só no dia seguinte, no quarto posto de saúde que fomos, encontramos atendimento para aplicação da vacina.

Em outra recente situação, percorri cinco postos de saúde para retirada de alguns pontos que fechavam um corte na mão de um paciente, somente no quinto posto de saúde conseguimos retirar os pontos, nos demais, não tinha esterilizador funcionando, não tinha gaze, algodão e etc...

Ressalte-se que isto ocorreu na Capital de nosso Estado, Belém do Pará.

Se isto acontece na capital, imaginemos o que mais ocorrerá no interior e lembremo-nos que é para lá que nosso governo federal quer enviar seis mil (6.000) médicos.

A pergunta é: O que farão estes profissionais? Milagres, mágicas?

Precisamos parar com medidas paliativas, enganadoras, inverossímeis, medidas isoladas, comprovadamente não funcionam, não resolvem nossos cruciais problemas.

Carecemos de planejamento, de estabelecimento de prioridades, neste caso aqui tratado, os médicos, seriam as últimas peças a serem encaixadas. Instalações, equipamentos, laboratórios, medicamentos, materiais cirúrgicos e outros, deveriam vir primeiro.

Desta forma, estes médicos estrangeiros, a exemplo dos nossos, terão, não poucas vezes, que decidir sobre a sobrevivência de um ou de outro paciente.

Não é justo conosco e nem com os profissionais de medicina. Eles estudaram, se prepararam e juraram salvar e manter a vida, indistintamente, não tem preparo ou função de decidirem, em casos extremos, quem deverá viver ou morrer, por falta de condições, inúmeras vezes, de atender a todos, sem medicamentos, apetrechos etc.

AS filas do SUS, cada vez maiores, retratam com propriedade, o caos de nossa saúde pública, se os governos federal, Estadual e Municipal, não conseguem uma saúde funcionando nem nas capitais, imagina o que conseguirão nos interiores, especialmente da Amazônia com suas mega distancias e extrema dificuldade de transporte.

O governo federal nos empurra suas decisões, a exemplo desta, contratação dos médicos, contra tudo e contra todos,

O que podemos esperar?

Não acredito que o governo não conheça nossos problemas que não saiba que este relato é verdadeiro e ameno se comparado a cruel realidade de nossa saúde pública.

Os pronto socorro da Capital, não tem macas, camas, enfermarias, medicamentos, materiais cirúrgicos e outros, e querem que acreditemos que a chegada de seis mil (6.000) no interior resolverá nossos problemas de saúde pública.

Precisamos urgentemente promover um novo despertar do gigante.
   
Eleição a caminho acorda Brasil!

MAIORIDADE PENAL

Muito se tem discutido sobre maioridade penal, entretanto estas   discussões    se         têm  concentrado na idade cronológica, faixa etária da formação do jovem, em sua transição de adolescente para a idade adulta.

Precisamos pensar que os tempos são outros, as informações nos atingem a todos em assustadora velocidade e fidelidade. Um jovem de doze anos hoje, nem de longe se parece com o jovem de doze anos dos anos cinquenta.

O nível de conhecimento, de informações de vivencia, são totalmente diferentes. O jovem de antigamente, aos doze anos, ainda era uma criança, pela desinformação, pelo excessivo respeito à família, principalmente aos pais.


Hoje a situação é totalmente diferente, pais que passam o dia no trabalho, mães que não tem mais tempo de exercer sua função na família, pelo menos da forma que antigamente se processava.

Enfim, a única identidade entre um jovem de doze anos dos anos cinquenta e os de hoje, é a idade cronológica.


Hoje o que corretamente definiria a maioridade penal, seria a gravidade do crime cometido, independentemente da idade cronológica de seu praticante.


Os danos causados, a indignação, a crueldade, o planejamento (dolo) são os mesmos. Por qual motivo a punição seria diferente?


Se o jovem é adulto o suficiente para assassinar quatro outros adultos (inclusive pais e tias), sem lhes dar quaisquer chances de defesa, porque não o será para assumir as responsabilidades por seus atos criminosos. 


Fatos recentes, fartamente divulgados pela mídia, nos mostram, sem qualquer sombra de dúvidas, do que um pré-adolescente de treze anos de idade é capaz de fazer. Planejar meticulosa e friamente um múltiplo assassinato, por motivo torpe ou até com a ausência deste, contra sua própria família.


Vamos fechar nossos olhos e atarmos nossas mãos para que esta triste realidade aumente exponencialmente, como tem ocorrido?


Deixemos de lado a demagogia, o protecionismo, vamos olhar o problema de frente e criarmos meios para corrigi-lo.


Vejo a situação da violência, da impunidade, como a figura que a seguir descreverei:


Imaginemos uma vila, construída ao pé de uma montanha gelada da qual desce uma enorme avalanche, que cresce a cada minuto, sem que consigamos impedi-la, de crescer ou descer.


Enquanto isto ocorre, o conselho de segurança da vila, reunido, discute aos berros, que a vila jamais deveria ter sido construída naquele local.


Inócua providência, pois isto não impedirá o crescimento, a descida da avalanche e menos ainda os resultados nefastos que seu impacto causará.


O mais correto a fazer é deter a avalanche a qualquer custo, com o objetivo de salvarmos o maior número possível de famílias inocentes, de cidadãos produtivos. Após termos detido a avalanche, vamos então discutir as providências cabíveis e definitivas para solucionarmos o problema, criarmos medidas capazes de fazer com que jamais sejamos ameaçados por outra avalanche.

ATÉ QUANDO FICAREMOS OMISSOS?


Vamos refletir sobre o assunto, analisá-lo sem paixões, com olhos e atitudes voltados para uma solução definitiva.


SEGURANÇA PÚBLICA I

De tão preocupante, chega a desesperadora a situação de nossa segurança pública. Há minutos, assistindo a um jornal televisivo vi a noticia de mais um arrastão a restaurante na cidade de São Paulo, sessenta e nove já ocorridos. 

Toda a ação dos bandidos durou apenas 1,5 minutos e a solução apresentada, como sempre, é o aumento do policiamento ostensivo.

Chegará, atendida esta sugestão, momento em que teremos uma absurda quantidade de policiais, viaturas e demais aparatos sem qualquer objetividade. Precisamos considerar que este tipo de repressão é inócuo. Preso, onde será colocado o bandido?

Não temos cadeias, não temos presídios, a justiça é lenta e desaparelhada. O que faremos?

Caso consigamos pender o meliante, apenas pagaremos mais uma bolsa presidiário de R$950,00?

Precisamos parar com medidas paliativas e pensarmos em soluções completas, estruturadas. Vários setores de nossa economia estão seriamente prejudicados pela falta de segurança, até onde vamos permitir que chegue esta situação?

Até onde vamos aceitar que bandidos, aqueles que violam, desdenham e abusam de nossa sociedade com suas leis, regras e normas sejam, ao se verem diante da merecida punição, beneficiados, considerados como cidadãos que merecem toda atenção do estado e a benevolência desta sociedade, por eles vilipendiada.

Até quando vamos atender ao criminoso garantindo-lhe todos os direitos, em detrimento dos direitos da vítima, do cidadão de bem, do trabalhador que tem sua vida ceifada ou seus bens subtraídos ou ambos?

Inexiste maior fomento à criminalidade que a impunidade.

Temos urgentemente que parar de pensar que o bandido é vítima é coitadinho. Ele é o vilão. Coitado e vítima é o cidadão que trabalha, produz, educa a duras penas sua família, que paga impostos escorchantes e que se vê a mercê desta corja que cresce exponencialmente, que se faz cada vez mais ousada, violenta e sem limites.

Hoje estamos sem condições de trabalhar, de nos divertirmos e até de frequentarmos, na madrugada, uma humilhante fila do SUS, pois até ali o risco do assalto é eminente e real.

sábado, 24 de agosto de 2013

SEGURANÇA

Ouço diariamente pessoas afirmando que o Brasil precisa de mais e melhor saúde, educação, transporte público, mobilidade urbana e segurança.

Concordo em gênero, número e grau.

A meu ver, segurança é a medida prioritária, urgente, imediata. Não simplesmente a segurança pública como é encarada pela maioria das pessoas e nossos mandatários, nos três poderes, legislativo, judiciário e executivo.

Falo da segurança num sentido mais amplo, naquele que engloba a disciplina, a ordem, que envolve a punição exemplar, que pune a corrupção, o maior câncer a corroer nosso país, origem de todos os males.

Falo da segurança que produz a ordem, parte principal do lema constante em nossa bandeira (Ordem e Progresso).

Como poderemos almejar progresso sem ordem? Seria como querer fazer florescer o desenvolvimento em meio ao caos social.

Como poderemos ter uma boa educação, uma saúde eficiente e eficaz, uma boa mobilidade urbana, um transporte público de qualidade e com o conforto que nós todos merecemos, sem que tenhamos ordem, punições rígidas e para todos, se não tivermos a disciplina, que produz a segurança, a ordem, propiciando o desenvolvimento.

Enquanto tivermos alunos agredindo professores e vice versa, assaltos nas escolas, drogas rolando entre estudantes, professores e funcionários, o desrespeito, a bagunça generalizada, bandidos assaltando escolas, jovens matando pobres nas filas do SUS, adolescentes queimando vivos os menos favorecidos, desvio da merenda escolar, venda de medicamentos destinados aos menos favorecidos, nada de melhor poderemos almejar.

Enquanto as cracolândias se multiplicarem impunemente em nossas cidades, agora até nos mais longínquos municípios e a policia conviver pacificamente com tudo isto, não vejo, sinceramente, possibilidades de uma melhora significativa, em nenhum dos outros setores da sociedade.

Enquanto existir o atual nível crescente de corrupção com a impunidade mais do que nunca imperando, nada poderá progredir neste país. Precisamos não de medidas isoladas e sim de medidas conjuntas obedecendo a um sério critério de prioridade para que se crie um ambiente favorável e seguro para as demais medidas capazes de promover o bem estar social, o efetivo desenvolvimento do IDH.

Encaro a segurança como as fundações de um prédio, sem ela, nada mais conseguiremos concretizar.

Vamos construir escolas, hospitais, realizar licitações para metrôs, ônibus, barcos, navios, vamos comprar merenda escolar, medicamentos, contratar funcionários, tudo isto chafurdando nos mais altos níveis de corrupção. São pontes que ligam nada a coisa nenhuma. Hospitais caros e mal construídos, prédios inacabados, sem equipamentos e equipes médicas e administrativas. São obras realizadas para roubar e não para funcionar.

Gostaria de ouvir de nosso governo federal, como trabalharão os 6.000 médicos vindos de Cuba, ou de onde quer que venham, sem hospitais, postos de saúde, UPAS, e os que temos, sem equipamentos, medicamentos, material ambulatorial ou cirúrgico. 

Vamos refletir e exigir.