Lamentavelmente o entusiasmo
arrefeceu, o justo clamor emudeceu e o gigante novamente adormeceu.
Mudanças significativas,
nenhuma.
Os médicos cubanos aí estão.
Vieram e virão juntos, médicos portugueses, espanhóis e de outras
nacionalidades em menor quantidade com o objetivo de nos fazer crer que o
interesse maior não está em trazer cubanos, profissionais oriundos de uma
pátria comunista, retrógrada e ainda com resquícios de trabalho escravo, aja
vista a forma que pelo menos inicialmente o Brasil pagaria o trabalho destes
profissionais.
Nosso governo nos quer fazer
crer que não são simplesmente médicos, são mágicos que conseguirão exercer a medicina,
com resultados curadores, sem medicamentos, sem equipamentos, sem apetrechos,
sem instalações adequadas, enfim quer uma vez mais mascarar uma situação de
caos, com milhões de reais gastos com salários e ajudas de custo, que a nenhum
efetivo resultado levarão.
Recentemente saí à procura
de socorro para uma jovem com um corte na mão, sangrando bastante e após passar
por vários postos de saúde, encontrei em uma UPA (Unidade de Pronto
Atendimento), após quase duas horas de espera em uma sala lotada, sem um mínimo
de conforto, atendimento precário, sem nenhum medicamento, fizeram tão somente
um curativo simples. Antitetânica não tinha, só no dia seguinte, no quarto
posto de saúde que fomos, encontramos atendimento para aplicação da vacina.
Em outra recente situação,
percorri cinco postos de saúde para retirada de alguns pontos que fechavam um
corte na mão de um paciente, somente no quinto posto de saúde conseguimos
retirar os pontos, nos demais, não tinha esterilizador funcionando, não tinha
gaze, algodão e etc...
Ressalte-se que isto ocorreu
na Capital de nosso Estado, Belém do Pará.
Se isto acontece na capital,
imaginemos o que mais ocorrerá no interior e lembremo-nos que é para lá que
nosso governo federal quer enviar seis mil (6.000) médicos.
A pergunta é: O que farão
estes profissionais? Milagres, mágicas?
Precisamos parar com medidas
paliativas, enganadoras, inverossímeis, medidas isoladas, comprovadamente não
funcionam, não resolvem nossos cruciais problemas.
Carecemos de planejamento,
de estabelecimento de prioridades, neste caso aqui tratado, os médicos, seriam
as últimas peças a serem encaixadas. Instalações, equipamentos, laboratórios,
medicamentos, materiais cirúrgicos e outros, deveriam vir primeiro.
Desta forma, estes médicos
estrangeiros, a exemplo dos nossos, terão, não poucas vezes, que decidir sobre
a sobrevivência de um ou de outro paciente.
Não é justo conosco e nem
com os profissionais de medicina. Eles estudaram, se prepararam e juraram
salvar e manter a vida, indistintamente, não tem preparo ou função de decidirem,
em casos extremos, quem deverá viver ou morrer, por falta de condições, inúmeras
vezes, de atender a todos, sem medicamentos, apetrechos etc.
AS filas do SUS, cada vez
maiores, retratam com propriedade, o caos de nossa saúde pública, se os
governos federal, Estadual e Municipal, não conseguem uma saúde funcionando nem
nas capitais, imagina o que conseguirão nos interiores, especialmente da Amazônia
com suas mega distancias e extrema dificuldade de transporte.
O governo federal nos
empurra suas decisões, a exemplo desta, contratação dos médicos, contra tudo e
contra todos,
O que podemos esperar?
Não acredito que o governo
não conheça nossos problemas que não saiba que este relato é verdadeiro e ameno
se comparado a cruel realidade de nossa saúde pública.
Os pronto socorro da
Capital, não tem macas, camas, enfermarias, medicamentos, materiais cirúrgicos e
outros, e querem que acreditemos que a chegada de seis mil (6.000) no interior
resolverá nossos problemas de saúde pública.
Precisamos urgentemente
promover um novo despertar do gigante.
Eleição a caminho acorda
Brasil!